Visitar Santorini: dicas de viagem

Quando pensamos na Grécia, a imagem que nos vem logo à cabeça, muito provavelmente, é Santorini. Imaginamos uma grande falésia de rochas escarpadas, no meio de um imenso mar azul que contrasta com as inúmeras casinhas brancas dispostas quase como se estivessem penduradas. E assim é Santorini.

Considerada várias vezes a ilha mais bonita do mundo, é um verdadeiro postal e o que posso garantir é que as impressionantes imagens que vemos correspondem à realidade. Uma verdadeira sensação de leveza e frescura.

Das ilhas Gregas, é a mais turística, com cerca de 15000 habitantes, no entanto, em época alta o número de turistas chega a ser o dobro do número de habitantes.

Panorâmica com vista para a Caldeira

Banhada pelo mar Egeu, pertence ao grupo das ilhas Cíclades e tem uma origem vulcânica, por isso, a sua estrutura deve-se ao vulcão ainda ativo, cuja cratera (Caldeira) pode ser visitada. Tem ainda a forma de meia-lua e a sua capital/centro é Fira. Ao longo de quase toda a ilha, encontramos as típicas igrejas com as suas cúpulas pinceladas de azul.

Neste artigo, poderá encontrar dicas de como é possível visitar Santorini sem gastar uma fortuna. Se estiver interessado em combinar Santorini com outra Ilha Grega ou até Atenas, poderá ler o artigo sobre o meu roteiro pelas Ilhas Gregas e Atenas.

Como chegar

Santorini à vista...

A ilha pode ser acedida de duas formas:

  • avião – através do seu pequeno aeroporto, o Aeroporto Internacional de Santorini, também conhecido como Aeroporto de Fira/Thira. Poderá ir do aeroporto para o seu alojamento através de um carro alugado, táxi/transfer privado ou autocarro. O preço do táxi varia com a distância percorrida e não é barato (+/-35€ até Fira), sendo o autocarro a opção mais económica, cujo bilhete ronda os 2,20€. Contudo, como se trata de um autocarro direto até Fira, mesmo que não fique hospedado nesta zona, terá que ir de autocarro até lá e depois alugar um carro ou apanhar outro autocarro até ao seu alojamento.
  • barco – a ilha tem 2 portos, Amoudi e Athinios, no entanto, os barcos que fazem a conexão com Santorini desembarcam apenas no porto de Athinios. Há várias companhias e a que escolhi foi a Hellenic Seaways em que os seus barcos têm óptimas condições. É necessário então um transporte até ao alojamento e as opções são o táxi/transfer privado ou o autocarro que é o mais económico, mas poderá ser problemático porque apesar de haver autocarro para várias zonas da ilha, há poucos autocarros durante o dia e poderá ter que esperar muito.

A nossa experiência passou por chegar a Santorini de avião e sair de barco. Foi bom poder experimentar as duas formas. Tanto para ir do aeroporto para o alojamento, como do alojamento para o aeroporto, o nosso alojamento já incluía o serviço de transporte e, por isso, só foi necessário combinar o horário para a recolha no aeroporto e no último dia para nos levarem para o porto de Athinios. Aconselho a verificar se o alojamento inclui esta opção pois alguns oferecem o transporte e outros providenciam por um custo adicional.

Há que ter em atenção que em época alta, tanto os táxis como os autocarros podem estar muito ocupados devido à quantidade de turistas.

Transportes

Santorini é facilmente percorrida pois não é uma ilha muito grande e os principais sítios para visitar são relativamente próximos. Por isso, não se perde muito tempo em deslocamento. Há duas formas para se locomover na ilha:

  • alugar carro/mota/moto4 – alugar um carro será uma boa opção e se for com tempo, poderá conseguir um bom preço. No entanto, em certas zonas da ilha, principalmente as que despertam maior interesse, poderá ter dificuldade em estacionar. Por isso, optamos por alugar uma moto4 (preços mais acessíveis) muito característica na ilha e que nos permitiu percorrê-la na sua maioria e posso afirmar que eu, que só estava habituada a conduzir carros, não tive qualquer dificuldade. Apesar de a ilha ter vários percursos inclinados, conseguimos chegar facilmente às zonas mais altas. Infelizmente, não tenho a certeza do preço diário da moto4, mas acho que rondou os 20€.

A moto 4 foi alugada no Moto 19 Santorini que ficava na rua principal entre o nosso alojamento e a praia de Perissa e dava perfeitamente para duas pessoas.

  • Autocarro – não é o meio de transporte ideal porque estamos sujeitos ao seu horário, mas funcionam muito bem apesar de ficarem muito lotados principalmente em época alta. Permitem visitar grande parte da ilha, são confortáveis, indicam o destino e os bilhetes não são caros. Em Fira encontrase a “estação principal” dos autocarros pois é de lá que partem todos os autocarros para as diferentes zonas da ilha, tanto para o lado das praias como para o lado que fica virado para a Caldeira. Desde Fira, estão disponíveis os seguintes trajetos: aeroporto, Akrotiri, Baxedes, Exo Gonia, Imerovigli, Firostefani, Kamari, Monolithos, Oia, Perissa, Vlihada e Vourvoulos. Quanto aos horários, as zonas mais visitadas têm maior frequência de autocarros. O valor do bilhete varia entre 1,80€ e 2,50€ consoante o destino e só pode ser comprado na hora e em dinheiro. Pode consultar os preços e horários no site da empresa dos autocarros Ktel. Vale a pena tirar uma foto com o telemóvel dos horários afixados na central em Fira, assim temos os horários sempre à mão.

Como só alugamos a moto4 para dois dias, utilizamos várias vezes o autocarro, principalmente para ir a Oia que ficava mais distante do hotel. É uma experiência muito engraçada, principalmente quando apanhamos o autocarro em Fira e temos os funcionários a gritar bem alto o destino do autocarro que irá partir em breve.

Onde ficar

Para escolher o alojamento, primeiro convém pensar na zona que pretende ficar hospedado tendo em consideração aquilo que pretende da sua viagem e o valor que poderá gastar.

Conhecida por ser uma ilha cara, é possível conseguir preços bem acessíveis, basta fugir às zonas mais turísticas que são Fira e Oia. É claro que com alguma sorte e persistência na pesquisa também se podem conseguir bons preços para estas zonas.

Como foram umas férias de Verão em que nos interessava fazer praia além de visitar a ilha, optamos por ficar hospedados na zona das praias em vez das zonas que ficam viradas para a Caldeira que são as mais caras.

Para compreender melhor, é necessário dividir a ilha em duas partes, conforme a imagem. A parte esquerda da ilha é uma zona alta em forma de penhasco com alojamentos sobre o mar e com a famosa vista para a Caldeira. No fundo, é a verdadeira cara de Santorini, mas em contrapartida os preços são bem mais elevados, principalmente se desejarmos um alojamento com uma piscina de beiral infinito. São exemplo Fira, Firostefani, Imerovigli e Oia, pequenas cidades que mais parecem vilas.

Piscina de beiral infinito com vista para a Caldeira

A parte direita da ilha é a região das praias, que apesar de não serem paradisíacas têm uma beleza natural diferente. O mar não tem uma cor azul turquesa porque a areia em Santorini é escura o que torna a cor da água mais escura em algumas praias, mas garanto que é bem transparente, límpida e que se faz uma “boa praia”.

As pedras claras como fundo provam que a água é transparente

Fira, Firostefani, Imerovigli, Oia

Fira

Fira, a capital, acaba por ser mesmo o centro e fica a 20min tanto de Oia como das das praias. Oia é sem dúvida a zona mais cara, conhecida pelo seu famoso pôr-do-sol. Imerovigli e Firostefani são mais pequenas, não são tão faladas, mas são lindíssimas e onde poderá encontrar mais facilmente um alojamento com vista para a caldeira por um preço acessível.

Imerovigli
Oia

Perissa e Kamari

Da região das praias, as duas que recomendo para ficar hospedado são Perissa e Kamari, pois têm restaurantes, cafés, bares, lojas, supermercados, farmácia, empresas de aluguer de viaturas, etc… São mais calmas, mas com bastante “vida”, já as outras praias são mais isoladas. Perissa e Kamari ficam lado a lado, mas estão separadas por uma distância de 12km (25min de carro) ou de barco de uma para a outra, uma vez que têm uma enorme formação rochosa que separa as duas praias, a montanha Mésa Vounó.

Praia de Perissa com a Montanha Mesá Vounó na retaguarda

Entre estas duas praias, acabei por escolher a zona de Perissa para ficar hospedada pois tem sol de manhã à noite, já em Kamari, a montanha que se encontra do seu lado esquerdo esconde o sol a partir de uma certa hora da tarde.

Para alojamento, escolhemos o Margarenia Studios, um aparthotel fantástico, muito bonito e tipicamente grego, com piscina, perto da praia e paragem de autocarro mesmo ao lado.

Margarenia Studios

Ficou por 65€/noite, um bom preço comparando com a maioria praticada na ilha. A D. Margarita, a proprietária foi muito gentil, sempre disposta a ajudar e foi-nos buscar ao aeroporto e levar ao porto de barcos no último dia. O nosso quarto era um estúdio, com uma pequena cozinha e zona de estar e tinha uma bonita vista para o mar e para a piscina. Ao ficar num estúdio, fizemos algumas refeições em restaurantes e outras no alojamento o que é sempre uma forma de poupar dinheiro. Perto do alojamento há um supermercado.

Pense no que realmente quer para a sua viagem. Se faz mesmo questão de acordar com uma vista sobre o mar ou se pretende gastar pouco dinheiro. Mesmo que não fique hospedado na parte esquerda da ilha, poderá ir regularmente para visitar estas zonas. Aquilo que pretendíamos para a viagem era fazer praia todos os dias e reservar algum tempo do dia para visitar a ilha e ficar hospedados na zona das praias permitiu-nos isso.

Gastronomia

Foi em Santorini que tivemos o primeiro contacto com a comida Grega, por isso, merece ser mencionado neste post. Provamos e aprovamos os pratos mais típicos, sendo estes: o gyros pita, o souvlaki, a moussaka e claro não podia faltar a famosa salada grega com tomate e queijo feta. Os tomates são extremamente saborosos e muito utilizados na gastronomia local. Acabamos por repetir estas opções ao longo da viagem pela Grécia.

Estes pratos podem ser encontrados por toda a ilha e o preço varia de acordo com o local, sendo mais elevado nas zonas mais turísticas e de acordo com o tipo de restaurante. Se pretende uma refeição que inclua entrada, prato principal, sobremesa, bebida e café não espere um preço barato.

É possível encontrar bons preços, mas é óbvio que num restaurante virado para a Caldeira os preços são mais elevados e nem sempre significam maior qualidade. Agora, se tiver a oportunidade, sem dúvida que é uma boa experiência.


Mesmo não sendo uma ilha muito grande, há muito a dizer sobre Santorini e as dicas sobre o que visitar estão aqui.


3 opiniões sobre “Visitar Santorini: dicas de viagem

  1. Os Governantes da Grécia precisa liberar entradas de brasileiros. Nem todos brasileiros tem Covid…tem total segurança de Saúde!.
    Quero ir a Grécia com Total Segurança de Saúde…mais está proibido entrada de brasileiros.
    Minha Saúde é muito boa…nota 1000!.
    Pelo Amor de Deus que a Grécia libera entradas de brasileiros com teste de Covid. Tenho certeza que no teste irei passar!.

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