
Localizadas entre a ilha de Bali e a ilha de Lombok, as ilhas Gili são um conjunto de 3 ilhas da Indonésia, que formam o paraíso na Terra. Pequenas em tamanho, mas enormes em essência pelo seu espírito, natureza e preciosidades.
Desde ambientes rústicos e encantadores a praias de águas amenas e cristalinas com recifes de corais únicos e vida marinha repleta de peixes coloridos e tartarugas que escolhem estas águas da Indonésia para nadar.

Gili Trawangan, a maior e mais bem estruturada em termos de hotéis, restaurantes e atividades. Conhecida como Gili T, é a mais próxima de Bali e a preferida dos turistas, com uma vibe muito animada. Foi a nossa opção e, se realmente não faz questão de sossego total, deverá ser a sua.
Gili Meno – a mais pequena e também a mais calma e rural.
Gili Air, a 10min de barco de Lombok, mais rústica que Gili Trawangan mas menos que Gili Meno.

Como Chegar

É comum aproveitar uma visita à ilha de Bali para combinar com as ilhas Gili. Se possível, aconselho que o faça pois não se vai arrepender. A melhor altura para as visitar é igual à da ilha de Bali (ler artigo sobre as Dicas de Bali).
A única forma de chegar é de barco. Há várias companhias, preços e horários. Desde Bali, pode optar por sair de vários portos (Padang Bai, Serangan, Sanur e Amed), sendo o mais comum e central o porto de Padang Bai, aquele que escolhemos.
Se o horário do barco for flexível, tem sempre a opção de comprar o bilhete no dia, no escritório da companhia e, por vezes, conseguem-se preços mais baratos.
A opção mais segura, para assegurar um lugar quando queremos uma determinada hora, é comprar on-line, tendo sido esta a nossa opção. O bilhete de barco foi comprado no site Gili Transfers e o preço foi 48€ ida e volta (inclui transfer do hotel em Bali para o porto e do porto para o hotel/aeroporto de Bali), pela companhia Ekajaya, escolhida por ser a mais rápida e ter boas condições. Há companhias com preços ligeiramente mais baixos, mas a viagem é mais demorada.
Transportes

Esqueça os carros, esqueça as motos, não há poluição pelos combustíveis, não há barulho de veículos motorizados nem trânsitos frenéticos. A única forma para se deslocar na ilha é através das próprias pernas, bicicletas alugadas ou de charrete. E esta forma mais simples de viver o dia-a-dia foi uma das coisas que mais me encantou.

Confesso que repensei bem no facto de utilizar charrete por causa dos cavalos, mas acabou por ser inevitável e só utilizamos no primeiro e último dia para nos deslocarmos até ao hotel e do hotel até ao porto (+/- 6€/trajeto). Mesmo que pense que o seu hotel não fica muito distante, se a mala for com rodas, acredite que é a melhor opção pois a ilha não tem passeios e as estradas são de terra batida e com bastantes pedras em algumas zonas. Sendo o clima tropical, às vezes, uma chuva mais forte é o suficiente para se formarem pequenos lagos pela estrada.
A maior parte dos hotéis tem bicicletas disponíveis para alugar.
Onde ficar hospedado

Para identificarmos a melhor zona para escolher o alojamento, podemos dividir a ilha em duas partes. Quando desembarcamos, de frente para o porto considerado o centro da ilha que serve como referência, do nosso lado direito fica a zona onde poderá encontrar os hotéis mais económicos e a mesquita da ilha.
Na minha opinião, a melhor zona para ficar hospedado é a que fica à nossa esquerda, com mais opções de alojamentos e restaurantes, o Night Market, bares e os famosos baloiços na água. Os hotéis são mais elegantes e oferecem melhores condições. Podem não ser tão baratos, mas têm uma ótima relação qualidade/preço ao nível da Indonésia. Foi a nossa opção, a qual recomendo e repetiria.


Da parte esquerda da ilha, há ainda que considerar o lado em que nasce o sol e o lado em que o sol se põe. É onde o sol se põe que podemos encontrar os baloiços na água, em contrapartida, além de ser mais distante do centro e exigir uma deslocação maior/ transporte, a praia desta zona pode ser atraiçoada pela maré demasiado baixa, o que pode ser recorrente.
Foi neste sentido que optamos por ficar na parte esquerda da ilha, do lado em que nasce o sol. Uma zona intermédia entre o porto de embarque/desembarque e a concorrida “zona do sunset”. Apresenta mais variedade de restaurantes e bares, tem várias lojinhas, vendedores de rua e a praia é melhor pois a maré não fica tão rasa e permite disfrutar bem das suas águas cristalinas. Durante a nossa estadia, quando queríamos assistir ao pôr-do-sol, era só pegar na bicicleta e rapidamente chagávamos lá.

O hotel escolhido foi o Vila Ombak, considerado um dos melhores da ilha, e a estadia foi fantástica. É um hotel 4 estrelas, com ótimas condições, duas piscinas, uma das quais com vista para o mar. Tem a opção de dormir numa cabana com wc ao ar livre totalmente privado que, na minha opinião, é o tipo de quarto mais espetacular.



Ficou por 65€/noite com pequeno-almoço incluído, em época alta, e grande parte das refeições foi realizada nos restaurantes do hotel por serem baratas. Por volta das 17horas, oferecem café/chá e biscoitos, no final da tarde há happy hour com duas bebidas pelo preço de uma e todas as noites, o jantar é servido na praia num ambiente romântico e cheio de luzinhas, seguido de uma sessão de cinema na praia. Não é uma “pechincha”, mas para o hotel que é, o preço é acessível e não precisamos de vender um rim =)




O que fazer em Gili T

O mais interessante é que realmente não é preciso fazer muito para se apaixonar por esta ilha. Para quem gosta de praia, estas já nos fazem suspirar, no entanto, há coisas que podem enriquecer a nossa estadia e ajudar a vivenciar o espírito das Gili:
- Passeio de barco e Snorkeling

É a atividade mais procurada e dá para perceber bem o motivo. Existem vários pontos especiais no mundo para fazer snorkeling e as ilhas Gili são um deles. Corais e habitantes marinhos que tornam a nossa visão super colorida, mas quão espetacular é poder tocar e nadar entre esculturas no meio do mar?
O tour que realizámos é bastante popular e consiste num passeio de barco que sai de Gili Trawangan com paragem nos seguintes pontos:
1. Snorkeling entre Gili Trawangan e Gili Meno, numa zona específica, rica em belos corais, peixes coloridos de diversas espécies e com alta probabilidade de nadar ao lado de tartarugas já que 6 das 7 espécies de tartarugas existentes no planeta podem ser encontradas nestas águas. Conseguimos nadar com uma tartaruga, mas esta de lenta não tinha nada e tivemos que “correr” atrás dela para a conseguir acompanhar até que decidiu mergulhar tão profundamente ao ponto de se tornar invisível. Não conseguimos tirar foto mas fica o vídeo e a memória como recordação.

2. Snorkeling perto de Gili Meno onde se encontram as famosas estátuas subaquáticas, construídas para ajudar na reprodução mais rápida de corais. A sua forma foi propositadamente criada e significa o círculo da vida.





3. Paragem em Gili Air para almoçar e relaxar.
Existem imensos pontos de venda ao longo da ilha para comprar este tour, assim como várias companhias. Recomendo comprar diretamente na ilha pois os preços on-line são bem mais elevados. Comprámos os nossos bilhetes na praia, perto do hotel Vila Ombak por 9€/pessoa (inclui material para snorkeling e o almoço em Gili Air).
Diariamente, se as condições meteorológicas o permitirem, os barcos realizam o tour 2 vezes, de manhã e à tarde. Optamos pela manhã, com saída às 9h30 e regresso às 15h.
Foi o snorkeling mais completo que realizámos, mas também o mais difícil pois nesse dia a maré estava muito agitada o que exigiu um esforço maior para nadar, principalmente junto às estátuas para conseguirmos permanecer junto delas. No final, senti-me como se tivesse estado horas no ginásio, mas sem dúvida que repetiria esta experiência e valeu o esforço.
- Alugar uma bicicleta

Embora seja possível dar a volta à ilha numa caminhada de 2horas, sem dúvida que a melhor forma para a percorrer e conhecer é de bicicleta.
O caminho não é espetacular, a estrada é estreita e com buracos, terá que controlar bem as ultrapassagens das carroças, mas a sensação é muito boa. Alugamos as bicicletas no nosso hotel por 5€/dia.


Poderá conhecer vários pontos da ilha, parar e apreciar o que bem entender. Ao longo da linha da praia existem vários detalhes bonitos para fotografar, redes em árvores, restaurantes e cafés/bares “pé na areia” com puffs coloridos espalhados para disfrutar de um ambiente muito acolhedor e animado.

À noite, a iluminação não é perfeita, mas mesmo que estivesse sozinha, acho que não me sentiria insegura pois há muitos turistas a passear pelas ruas e a andar de bicicleta.
- Experimentar os baloiços na água

São o postal da ilha e o mais “instagramável”. Ao longo da linha da praia, na zona em que o sol se põe, há inúmeros baloiços e redes dentro da água a chamar por uma fotografia, seja durante o dia, ao pôr-do-sol e até mesmo à noite.

Dos que vi, os melhores pareceram-me os baloiços do Malibu Beach Club e em frente aos hotéis The Exile e Ombak Sunset.
- Assistir ao pôr-do-sol


Provavelmente é o momento mais vivenciado na ilha. Um momento da natureza tão comum, mas que ganha outro encanto pelo ambiente envolvente. Na minha opinião, é ao entardecer que a ilha ganha ainda mais encanto. A linha da praia enche-se de luzes e luzinhas em várias formas, e as pessoas dirigem-se para a zona em que é possível ver o sol desaparecer no mar. Simplesmente maravilhoso.



- Jantar no Night Market
Um bom local para jantar e comer bem e barato. Todas as noites, neste local, são montadas iluminações, mesas partilhadas e barraquinhas de comida típica indonésia e que apostam bem no peixe e marisco fresco.
Além de valer a pena pelo preço e pela comida, o espírito criado em seu redor é o que o torna mais especial.
Mais um local que guardo no coração e que fica na lista “para repetir”. Não é encantadora?
Um beijinho especial para a Sofia e para o Ricardo, um casal Português que tivemos o prazer de conhecer durante a nossa estadia em Gili Trawangan e com o qual partilhamos bons momentos.