
Caminhar pelas ruas de Roma, pelos seus monumentos e imponentes ruínas, é como viajar no tempo, numa cidade eterna que, em alguns pontos, parece ter parado há séculos e nos remete para uma cidade outrora dominada pelo Império Romano.
Repleta de ruínas arqueológicas que sobreviveram a terramotos e invasões, não é preciso ser o maior conhecedor de História para imaginar o esplendor da época Romana com os seus gladiadores e imperadores.

É a maior cidade italiana e a capital do país, com um centro histórico declarado como Património Mundial pela UNESCO.
TOP 10 a visitar
No final deste post pode encontrar as minhas dicas sobre os transportes, alojamento e muito mais. Para já, aqui ficam as minhas sugestões dos monumentos, atrações e praças mais importantes. A cidade de Roma é considerada um museu ao ar livre, repleto de obras-primas que merecem ser visitadas:
1.Coliseu de Roma

Talvez seja o monumento mais impressionante de Roma e o seu principal símbolo. Em tempos, era conhecido como o Anfiteatro Flávio e é o maior anfiteatro construído durante o império Romano.


Durante 500 anos, o povo Romano assistia a verdadeiros espetáculos, jogos e batalhas entre gladiadores, exibição de animais exóticos e execução de prisioneiros.

No século VI decorreram os últimos jogos da história e em 2007 foi considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.
A venda do bilhete para visitar o Coliseu está combinada com a visita ao Monte Palatino e ao Fórum Romano. Na minha opinião, a visita a este trio é imperdível e deve reservar pelo menos meio-dia para tal.

Todos os dias: 8h30-19h00

Entrada combinada para o Coliseu + Fórum + Palatino: 12,00€; Visita guiada Coliseu + Fórum + Palatino: 35,00€

Atenção! Esta visita é muito procurada e os bilhetes esgotam muito rápido pois há limite no número de visitantes a entrar por hora. Já tinha lido sobre isso, mas recusei-me a comprar os bilhetes on-line pois custam 35€ face aos 12€ vendidos no local.
Achando que 10h30 da manhã era uma hora ainda razoável para comprar, quando cheguei ao local, fui logo informada pelos imensos vendedores/operadores turísticos espalhados pela rua que já estavam esgotados e só podíamos comprar os bilhetes para a visita guiada (35€). Achei que era manobra para lhes comprarmos os bilhetes, entretanto, foi anunciado várias vezes no altifalante que os bilhetes e a entrada estavam bloqueados durante as próximas horas porque tinham atingido o limite máximo permitido e apenas aceitavam visitas em grupo. Fiquei mesmo chateada pela situação, mas como não estávamos sozinhos e não dava jeito regressar a outra hora, optámos por comprar os bilhetes com visita guiada em grupo para as 11h30 (única hora disponível). Pelo menos valeu pela visita e pela guia que nos explicou tudo acerca da história deste trio.
Como almoçámos nesta zona, pareceu-me que a melhor hora para a visita, talvez seja a hora de almoço em que desbloqueiam os bilhetes novamente e a afluência de turistas diminui.
2. Monte Palatino

Considerado o berço de Roma, esta colina é uma das partes mais antigas da cidade e está localizada a 40 metros acima do Fórum Romano.
Segundo a mitologia Romana, foi no Monte Palatino que a loba Luperca amamentou os dois irmãos (Rómulo e Remo) na sua caverna e mais tarde Rómulo fundou a cidade de Roma.
Depois de visitar o coliseu, atravessando o Arco de Constantino e a Via Sacra encontrará a entrada para o Monte Palatino onde é possível visitar várias ruínas dos edifícios imponentes que se construíam para a alta sociedade romana e ter uma das melhores vistas sobre o Fórum Romano.
3. Fórum Romano

Descendo do Monte Palatino e passando o arco de Tito, encontrará o Fórum Romano, um conjunto de belas e interessantes ruínas, concentradas neste museu ao ar livre que representa a vida pública, cultural e económica da Roma Antiga.

Caminhando pelo Fórum Romano é possível reconstruir na nossa imaginação os seus templos e ruínas, dos quais se destacam:
Coluna de Focas, Tabulário & Arco de Severo Sétimo
Templo de Antonino e Faustina Templo de Saturno
Templo de Castor e Pólux
4. Fontana di Trevi

A Fontana di Trevi não é apenas a fonte mais bonita do mundo. Nela estão depositados inúmeros desejos pedidos pelos imensos turistas que por ali passam. Têm a forma de moedas que dão uma pigmentação à água cristalina que jorra das suas fontes.
Manda a tradição que devemos ficar de costas para a fonte e com a mão direita sobre o ombro esquerdo lançar uma moeda nas suas águas e pedir um desejo. O mito nasceu com o filme “A fonte dos desejos” e diz que se lançar uma moeda regressará a Roma, se lançar duas encontrará o amor e que lançar 3 lhe trará sorte.

Um local muito agradável, que merece uma dupla visita, tanto de dia como de noite em que fica iluminada. A zona envolvente está sempre repleta de turistas e romanos que sentam ali para conviver e este ambiente torna-a mais especial. Poderá ser difícil conseguir uma foto sem ninguém, mas vê-la vazia não corresponde à realidade e acaba por não ter piada.

5. Piazza de Espanha
A Praça de Espanha é um dos lugares mais concorridos de Roma e no seu centro podemos encontrar uma pequena fonte em forma de barco (Fontana della Barcaccia) em frente à principal atração: a escadaria da Praça de Espanha que conecta a Praça de Espanha à Igreja da Santíssima Trindade do Monte (Trinitá dei Monti).
A escadaria da Praça de Espanha além de ser visualmente bonita, assim como a Fontana di Trevi, também é um local de eleição dos turistas e romanos que simplesmente se sentam ali para conviver ou descansar. E que bem que sabe ao pôr-do-sol. Ou melhor, sabia, pois recentemente passou a ser proibido sentar nesta zona e a verdade é que parece meia despida e é difícil não a ver no seu estado habitual: preenchida por pessoas.
6. Vaticano

É o centro da igreja católica e um dos pontos mais visitados da cidade. Tão importante e com autonomia que é considerado uma pequena cidade dentro de outra.
Brevemente falarei mais especificamente sobre este estado soberano e darei as dicas para quem deseja ver o Papa na emblemática Praça de São Pedro.
7. Castelo de Sant´Angelo
Castelo de Sant´Angelo desde as margens do Rio Tibre
Ligado à Praça de São Pedro pela Via della Conciliazione, na margem do rio Tibre encontramos esta fortaleza que já foi um Castelo e no qual foi construído um corredor fortificado de 800 metros que o conecta ao Vaticano e serve como método de fuga para o Papa em situações de perigo.
Ponte do Castelo com vista para o Vaticano
Quando a cidade foi invadida por uma epidemia de peste em 590, o Papa Gregório I teve uma visão do Arcanjo São Miguel no topo do castelo que anunciava o fim da epidemia. Para celebrar essa aparição, foi construída a estátua de um anjo no topo do castelo.

Está dividido em 5 andares e as suas salas da época renascentista podem ser visitadas juntamente com as celas em que estiveram presas algumas personagens históricas.


Optámos por não visitar o castelo pois li várias vezes que a única coisa pela qual vale a pena é a vista panorâmica do seu terraço sobre a cidade, mas para isso há outros miradouros gratuitos. A região envolvente é boa para passear e exteriormente o castelo é muito bonito e um grande marco na cidade.

Todos os dias: 9h30-19h30

Entrada: 14,00€
8. Gianicolo

Atravessando a ponte desde o Castelo de Sant´Angelo, do outro lado do rio Tibre, apanhámos o autocarro que nos levaria até ao bairro de Trastevere. Pelo caminho, atentos à paisagem, avistámos uma pequena praça com uma vista sobre a cidade. Rapidamente surgiu uma alteração de planos e, sem contar, acabámos por fazer uma paragem. Encontrávamo-nos no Monte Gianicolo, uma das colinas de Roma em que no centro da praça se encontra o monumento a Garibaldi voltado para a cidade e à sua frente um muro com um autêntico miradouro.

Foi inevitável sentar ali e contemplar do alto a cidade de Roma e alguns dos seus principais monumentos. Uma boa forma de ter acesso a uma vista gratuita sobre a cidade e uma zona muito agradável para passear.
9. Bairro Trastevere

Conhecido por ser um dos bairros mais agradáveis da cidade, nós fomos comprovar e realmente tem o seu charme tipicamente italiano.
Não estudámos a rota perfeita, apenas saímos na paragem que indicava Trastevere e deixámos-nos caminhar por entre as suas estreitas ruas de pedra e casas coloridas. Chegámos à pequena praça da Basílica de Santa Maria e facilmente se percebe que é ali que se concentra a vida do bairro.


Uma zona repleta de lojinhas e mercados de rua, restaurantes e tabernas adornadas pelas típicas heras que trepam pelas casas. É muito popular pelas suas tapas especialmente ao entardecer.
10. Piazza Venezia

É no centro da Praça Venezia que está o imponente Monumento Nacional a Vittorio Emanuele II (Vittoriale) que abriga o túmulo de um soldado desconhecido em que brilha uma chama eterna.
Este monumento é muito visitado pelo seu terraço com vista panorâmica da cidade e pela sua grandeza pode ser visualizado em vários pontos da cidade.
Como chegar

Diz o ditado que “todos os caminhos vão dar a Roma”, mas caso não chegue de carro as opções mais comuns são o comboio desde outra cidade italiana ou o avião através dos seus dois aeroportos:
Comboio | A viagem termina na estação Termini, a estação principal de comboios de Roma; |
Aeroporto de Fiumicino – é o principal , distanciado a 30km do centro da cidade. | Desde o aeroporto, pode chegar de: – táxi; – transfer privado; – comboio (aeroporto – estação Termini, 30min, 14€/viagem); – autocarro da Terravision (aeroporto – estação Termini, 55min, 6€/viagem e fica mais barato se comprado no site on-line). |
Aeroporto de Ciampino – mais pequeno, onde está a maior parte das companhias aéreas low cost, fica a 15km do centro da cidade e é facilmente acedido. | Desde o aeroporto, pode chegar de: – táxi; – transfer privado; – autocarro da Terravision (aeroporto – estação Termini, 40min, 6€/viagem e fica mais barato se comprado no site on-line); – comboio (estação Ciampino – estação Termini, 30-50min, 1,50€/viagem, mas primeiro é necessário apanhar um autocarro desde o aeroporto até à estação de comboios Ciampino, bilhete de 1,20€). |
De um modo geral, quase que se pode dizer que todos os caminhos para chegar à cidade vão dar à estação Termini e como tem conexões muito boas, desde lá é possível chegar a qualquer sítio da cidade através de metro, tram ou autocarro.
Como consegui viagens baratas pela Ryanair desde o Porto até Roma Ciampino, a minha experiência com este aeroporto foi muito positiva. Antes de sairmos do aeroporto perguntei e indicaram-me onde poderíamos apanhar o autocarro da Terravision até ao centro de Roma. Já tinha comprado os bilhetes no site on-line e foi muito fácil.
À saída da porta do aeroporto basta virar à esquerda e caminhar alguns metros. Pouco tempo depois já estávamos na estação Termini e foi só apanhar o metro até à estação de metro junto ao nosso hotel.
Quando ir
Qualquer época do ano é boa para conhecer a cidade, contudo é preferível durante a primavera e outono em que as temperaturas são mais agradáveis. No inverno há maior probabilidade de chuva e no verão a quantidade de turistas e o calor podem condicionar a viagem. No verão, devido à humidade, a sensação térmica pode ser um incómodo.
Fomos em meados de Junho de 2019 e apanhámos dias de 33ºC que obrigaram a umas pausas na nossa visita à cidade durante o dia.
Transportes
Roma tem uma boa rede de transportes públicos, no entanto, fique já a contar que esta não é muito pontual e é normal ter que esperar algum tempo por um autocarro ou tram.
Existem bilhetes/passes que poderão adequar-se ao seu roteiro e tempo na cidade e que permitem utilizar todos os transportes públicos (metro, autocarro, tram e alguns comboios reginais da Trenitalia):
- bilhete de 75min – 1,50€;
- bilhete para 24h – 7,00€;
- bilhete para 48€ – 12,50€;
- bilhete para 72h – 18,00€
Relativamente à distância entre as principais atrações, a cidade é muito grande e estas estão ligeiramente dispersas o que implica um bom uso dos transportes públicos e ainda, sempre que possível, pode e deve ser explorada a pé, por isso, aconselho um bom calçado.
Foi a primeira vez que visitamos uma cidade europeia com os meus pais e, apesar de utilizarmos os transportes sempre que possível, ainda percorreram grandes distâncias a pé e conseguimos visitar o que pretendíamos em apenas 3 dias.
Onde ficar hospedado
Bairro Castro Pretori
Foi um assunto ao qual dediquei muita pesquisa e tempo de leitura sobre a opinião de quem já visitou a cidade. E isto devido a dois motivos: em média, o preço do alojamento em Roma está “pela hora da morte” e, segundo, muitas pessoas ficam desiludidas com a cidade pois escolhem o seu alojamento em bairros mais sujos e perigosos por serem mais baratos, o que acaba por causar uma má impressão que depois é generalizada.
Acreditem que, mesmo reservando com muita antecedência, só o alojamento pode ser um arrombo no orçamento e não precisa ser de luxo para isso. Nem sempre se consegue um alojamento barato com condições razoáveis.
Da minha experiência em Roma, vou falar sobre as melhores zonas e dar algumas dicas para quem realmente deseja visitar a cidade sem gastar muito dinheiro no alojamento. Como em tudo na vida, cada zona tem os seus prós e contras:
- Centro histórico
sem dúvida que é a melhor zona para se hospedar pois fica perto das principais atrações turísticas. Quem não gostaria de abrir a janela ao acordar e “dar de caras” com a Fontana di Trevi, ou tomar o pequeno-almoço numa varanda com vista sobre o Coliseu? É claro que tudo isto se paga e nesta zona é a peso de ouro. Se a carteira não pode esticar é melhor esquecer esta zona, mas não fique triste pois não é isto que enriquece uma viagem. Ainda assim, não quer dizer que não tenha sorte e consiga uma boa promoção, por isso, vale a pena fazer sempre uma pesquisa.
- Termini
aparece muito como um bairro, mas na verdade não há bairro Termini e sim 3 bairros à volta da estação Termini. Não tem as principais atrações turísticas à sua volta, mas encontram-se os alojamentos mais económicos da cidade. Relativamente perto do centro, tem todos os transportes sempre à mão. Contudo, ouve-se falar mal desta zona por ser uma zona suja, mas não é verdade. É certo que, quando sair da estação Termini, não vai achar a zona bonita, mas é preciso entender que há diferenças nos 3 bairros “conhecidos como Termini”, fundamentais na hora de reservar:

– Bairro Castro Pretorio – fica a norte e do lado esquerdo da estação Termini, é a minha recomendação e foi a opção escolhida. É um bairro calmo, silencioso, limpo e muito bem organizado. Apesar de não ter muita animação, tem bons restaurantes e alojamentos mais baratos;
– Bairro Esquilino – é o tal bairro “mais feio e sujo”, muito agitado pela quantidade de turistas e multiétnico. Fica na parte direita da estação Termini e as ruas mais problemáticas são as que ficam mesmo junto à estação, a Via Giovanni Giolitti e a Via Marsala;
– Bairro San Lorenzo – é um bairro animado por ser mais “universitário”.
- Bairro Trastevere ou Bairro Monti
perto do centro, são bairros muito concorridos pelos turistas por serem considerados pitorescos e charmosos, a cara de Itália. Os preços não são os mais baratos, mas até pode conseguir um preço razoável;
- Bairro Prati
é o bairro onde se encontra o Vaticano e, apesar de não ser muito perto do centro, tem transportes públicos e alojamentos com preços mais acessíveis, mas as viagens até ao centro podem demorar mais que 30min;
- Ciampino
ficar hospedado na cidade de Ciampino poderá ser uma opção inteligente para quem não quer mesmo gastar muito dinheiro com o alojamento, principalmente se o aeroporto de chegada/ida for o aeroporto de Roma Ciampino. Ficar muitas noites em Roma poderá ser dispendioso para a carteira, até mesmo num simples hotel. Tem aqui uma boa opção, pois os alojamentos perto da estação de comboios de Ciampino são muito económicos e pode apanhar o comboio para se deslocar até ao centro de Roma, com viagens regulares ao longo do dia que rondam os 30min e o preço do bilhete é de 1,50€. É verdade que se perde tempo em viagens, mas como os bilhetes são realmente baratos pode compensar pelo alojamento ser bem mais barato.
Na nossa viagem, o hotel escolhido foi o Hotel Des Artistes, simples, bonito, com um ótimo pequeno-almoço e muito bem localizado junto ao metro e a uma paragem de autocarros que foram utilizados conforme o destino que pretendíamos visitar. Não foi uma escolha muito barata, mas dentro do padrão, foi o melhor conseguido.

Ficámos 2 noites e para equilibrar o orçamento, optei por escolher um hotel em Ciampino para a 3ª noite pois o nosso voo era de manhã cedo. Assim, despedimo-nos do centro de Roma por volta das 22h do 3º dia, apanhámos um comboio até à estação de Ciampino e caminhámos alguns metros até ao Hotel Laura onde pernoitamos. Na manhã seguinte, após o pequeno-almoço, fomos para o aeroporto que ficava a menos de 5km e já não tivemos que nos levantar muito cedo.
Em Roma não pode deixar de experimentar o gelado e as pizzas tipicamente italianas. Não esquecer que está em Itália e muito provavelmente lhe será cobrado o Corpeto (taxa a pagar por utilizar os talheres, guardanapo, mesa e todo o espaço de um café, bar, restaurante,…). Até pode achar que o preço da refeição não é caro, mas no final poderá vir somada esta taxa. Para sentar numa esplanada também pagará uma taxa adicional que não é cobrada se for no interior do café, restaurante ou bar.


Uma cidade cheia de coisas interessantes para visitar e ao mesmo tempo com locais giros para relaxar e desfrutar desta Bella Itália.
Se a sua opção for conciliar uma visita a Roma com outra cidade Italiana, talvez esteja interessado nas dicas sobre Veneza e Milão.

Uma opinião sobre “Visitar Roma: a cidade Eterna”